terça-feira, 24 de novembro de 2009

Toquem os Carrilhões da Sé


Portugal regista neste momento a taxa mais elevada de desemprego das últimas duas décadas e meia - sensivelmente todo o historial dos registos sintomáticos do número de desempregados. Este é um drama que a todos diz respeito. Não é só o Governo Central que tem responsabilidades nestes negros números. Mas não podemos também querer fazer acreditar que a crise mundial é a casa de todos os males que a nossa economia padece hoje.
Sabemos de antemão que a crise acelerou em muito o crescimento do número de desempregados mas esta tendência de crescimento já vem desde muito cedo e comprova-o a nossa vizinha Espanha onde o desemprego há muito passou os dois dígitos. Em Portugal oficialmente estamos situados nos 9,8%, o que na realidade corresponde a sensivelmente 11,6%, pois no numero oficial não estão contabilizados aqueles que estando desempregados estão em formação oferecida pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, bem como dos que desistiram de procurar emprego por serem já “demasiado velhos” para trabalhar.
O boletim do INE referente ao 3º trimestre de 2009 divulga que, a taxa de desemprego referente à Região Norte do País é a mais alta de Portugal, situando-se nos 11,6%, ou seja, 1,8 pontos percentuais acima da média nacional (9,8%). Esta exorbitante taxa regional de desemprego significa que, actualmente, na Região, existem já 226.700 desempregados, num universo total nacional de 547,7 mil, o que significa que 41% do desemprego total se concentra nesta Região.
O número de desempregados com menos de 25 anos já chega aos 89 mil jovens, sendo que 41.600 desempregados jovens se encontram nesta Região. A agravar os já números negros, a taxa de mulheres desempregadas cifra-se em 13,4%. Em comparação com o trimestre anterior, só nesta região houve um acréscimo de 20.200 desempregados, mostra um agravamento de 10%; e, em comparação com o registado no trimestre homólogo do ano anterior, sofreu um acréscimo de 46.300 mil desempregados.

Perante a divulgação destes números a Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social reagiu desta forma: “Fiquei um pouco surpreendida com os números do desemprego. Não esperava que fossem tão elevados”, louve-se a frontalidade da Ministra ao reconhece-lo, no entanto é de estranhar que não siga esta matéria como uma prioridade actual, não só do seu Ministério, mas sim do Governo do País.
De lembrar que José Sócrates então Secretário-geral do PS considerava, em 2003, que 6,7% de desemprego era “a marca de uma governação falhada”; o mesmo José Sócrates que, em 2004, declarava que 7,1% de desemprego era um “valor trágico”, que já há muito deveria ter feito soar campainhas de alarme”! Agora a Ministra do Trabalho diz-se surpreendida!!! Onde estão as campainhas? Deveria soar era o carrilhão da Sé de Braga para que o alarme fosse à escala de José Sócrates, Secretário Geral do PS.
Muitas são as formas de fazer baixar o número de desempregados embora de forma menos rápida ao desejável, permitiria aumentar ou, no mínimo, manter o número de empregos.
O CDS-PP apresentou durante a campanha eleitoral, à semelhança do que fez anteriormente durante a X Legislatura, várias propostas que iriam aliviar em muito os números de desemprego. Esta solução começa pelo apoio às PME’s . Sim, porque não fomos como outros que descobriram a mais valia para a economia nacional das PME’s no tempo de pré-campanha. Defendemos uma verdadeira política a favor destas geradoras de emprego e criadoras de riqueza:
- Paguem integralmente as dívidas do Estado aos seus credores;
-Reduzam significativamente o Pagamento por Conta e do Pagamento Especial por Conta;
- Façam a devolução mensal do IVA;
- Pratiquem a Concessão de Créditos;
Mas outras podem ser levadas a cabo especialmente na Região Norte do País soluções essas que já foram várias vezes apresentadas pelo Eurodeputado Nuno Melo na Assembleia da República na Legislatura anterior.
E por favor deixe o Governo Central de desviar fundos Comunitários que deveriam ter como destino a região mais deprimida em termos de emprego para outras regiões especialmente Lisboa e Vale do Tejo.
Estas são apenas algumas das medidas que poderão aliviar em muito as empresas e permitir que subsistam e possam inclusive criar emprego.
Henrique Lobo Borges
in Diario do Minho 21 de Novembro de 2009

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