sexta-feira, 25 de março de 2011

Artigo de Opinião




DIFERENÇA OBJECTIVA

Não há dúvida nenhuma que a actividade política é, hoje em dia e de uma forma geral, altamente desconsiderada pela população portuguesa. Este chamado desencanto vivido relativamente à classe política e às políticas por si desenvolvidas tem como principal responsável a própria classe política.
Contudo, a utilização do velho cliché “os políticos são todos iguais, se forem para lá outros vão fazer o mesmo”, não é de todo correcto. Esta frase feita, em Portugal, infelizmente, tem tido algum sentido, na medida em que o exercício do poder tem estado, quase sempre, única e exclusivamente entregue nas mãos dos partidos do chamado bloco central, PSD e PS. Estes partidos, com pequenas nuances pontuais e casuísticas em que efectivamente são diferentes, no grosso das políticas e das decisões tomadas, ou desejadas, são iguais; o que geralmente varia e os diferencia é o tom do discurso e questões mais ligadas à moral e aos bons costumes, do que propriamente politicas que interfiram com o desenvolvimento e crescimento do país.
Em Portugal, a diferença tem sido marcada pelo CDS-PP. Com efeito, o CDS tem-se apresentado como a única voz alternativa na defesa de valores, de princípios e de uma política económica que visa o crescimento, que visa a protecção da iniciativa privada, sem descurar obviamente a função social do estado.
O leque de propostas que o CDS tem apresentado nos últimos anos é demonstrativo de uma forma diferente de fazer política, de encarar o desempenho de cargos públicos. Uma dessas propostas bem demonstrativa, por um lado dessa forma diferente de estar na política e por outro lado da “semelhança” entre os 2 partidos do bloco central, foi a recente proposta, chumbada por esses mesmos 2 partidos de limitação dos ordenados dos gestores públicos.
Com efeito a proposta apresentada pelo CDS na Assembleia da República visava limitar os ordenados dos gestores públicos, que proliferam pelas nossas empresas públicas, fundações do estado e demais organismos de carácter público. Esta medida, além de boa nos seus fundamentos e princípios, teria igualmente e nesta fase em que a classe política se encontra com a reputação absolutamente em baixo, o objectivo de moralizar a mesma, de introduzir um critério de pudor e de sensatez na remuneração auferida pelos nossos gestores públicos.
O PSD e o PS como tantas vezes tem acontecido no nosso sistema democrático, desde o 25 de Abril, juntaram-se e uniram esforços de modo a acautelar que os lugares por si disputados para empregar os respectivos “boys” não ficassem menos apetecíveis, menos aliciantes. O que é que justifica que alguém, muitas vezes sem qualificações e capacidades para o desempenho de determinadas funções, aufira um ordenado 2 e 3 vezes superior ao do Chefe de Estado? Dir-me-ão que se assim não for os melhores fugirão todos para o privado. Mas que melhores? Mas que privado os aceitam com os respectivos currículos, ou melhor com a ausência dos mesmos? Não sejamos ingénuos, o que está em causa, neste caso, não é a qualidade e a capacidade dos nossos gestores públicos, o que está em causa é a empregabilidade do “factor cartão”, é a necessidade, mesmo em tempo de oposição de manter a colocação dos correligionários que suportam as lideranças desses mesmos partidos.
Este é apenas um caso que demonstra bem a diferença entre o CDS e o par constituído pelo PSD e PS. Contudo muitas mais poderiam ser aqui apontadas: a aposta na agricultura e nas pescas; a diminuição da carga fiscal, de modo a incentivar a competitividade da economia; a defesa de que o papel do estado em termos de Segurança Social deve ser apenas de apoio pontual e transitório, de modo a fazer face a dificuldades pontuais, excluindo em absoluto o conceito e a figura do Rendimento Social de Inserção, entendendo o CDS que este deve ser criterioso na sua atribuição; a defesa da autoridade das forças policiais, tão maltratadas e desconsideradas na nossa sociedade; o fim das grandes obras públicas como o TGV e o novo aeroporto de Lisboa, que além de dispendiosas, iriam dificultar ainda mais o acesso ao crédito por parte das pequenas e médias empresas; etc..
Estes são apenas alguns exemplos da diferença entre o CDS e os partidos do chamado bloco central, contudo o rol é bem mais extenso, percorrendo praticamente todas as áreas e vertentes da nossa vida pública.
A existência desta alternativa e desta forma diferente de encarar a politica e o desempenho de cargos públicos é por si só um alento e um factor de confiança, que nos faz acreditar que é possível mudar, que é possível construir um Portugal melhor, mais solidário e mais competitivo para as gerações vindouras. Como diz o slogan “
Manuel Mexia Rocha
Vereador do CDS-PP

Sem comentários:

Enviar um comentário