Recomendação à Câmara
Municipal de Braga
Em Braga fomos habituados, e permitam-me a expressão, “a que fosse tudo à grande.” Se não
vejamos:
1. Não bastava termos uma piscina
olímpica, era preciso que essa mesma piscina fosse de topo, diferente de tudo o
que tinha sido feito por essa Europa fora. Algo nunca antes visto na modalidade
que usufruiria dela. E assim foi, porque até o próprio orçamento não só foi à grande, 25milhões de euros, como
se destacou de exemplos além-fronteiras, sendo que com o valor da piscina
bracarense lá fora faziam-se no mínimo três.
Mas a
verdade é que anos volvidos nem piscina nem dinheiro. Mas estejam descansados
os munícipes, que mesmo assim, e à boa moda socialista, ficamos com um “mausoléu”
à grande, um verdadeiro monumento
contemporâneo, de betão está claro, à competência e rigor da gestão municipal
em Braga.
Mas
continuando:
2. A construção de campos de futebol em
todo o canto e esquina, réplica mais uma vez a ideia inicial de que tudo tem
que ser à grande cá na urbe. Pois a
estratégia, a eficiência e eficácia dos recursos, foram conceitos banidos do
dicionário do PS em Braga. Em Itália existem equipas do topo do futebol mundial
que podem partilhar os recintos desportivos, em Braga, e salvaguardando desde
já que tenho uma admiração enorme pelos nossos grupos desportivos pelo trabalho
notável e contributo formativo que desempenham em prol dos nossos jovens, os
clubes de escalão regional e local não podem fazer o mesmo. Como se isto não
basta-se à que fazer um estádio municipal à
grande, a onde ainda recentemente deparamo-nos com mais uma factura bem
grande a chegar aos paços do concelho no valor de 5milhões de euros do iva da
sua construção.
Mas como é óbvio toda esta mega festa não ficou por aqui.
Basta recordarmos a intervenção que vai ser feita no monte picoto, na medida em
que mais uma vez se quer fazer uma coisa à
grande sem que se olhe aos meios para atingir os fins, quando nem se quer
se sabe como nem quando nem por quanto se vão pagar aquelas expropriações.
Claramente deparamo-nos que esta é
uma forma desastrosa de administrar a coisa pública. A falta de solidariedade
geracional é inquestionável, hipotecando assim o futuro das próximas gerações à
custa de obras à grande e eleitoralistas como foi as que anteriormente referi.
No fundo uma gestão que nunca se preocupou construir no presente preparando o
futuro, mas sim dando apenas respostas de circunstância, em que grande parte
das vezes se traduzia em períodos próximos de eleições.
Contudo e por mais estranho que
pareça, e espero não estar enganado, uma nova lufada de ar fresco esta a
aparecer no PS de Braga. O vereador Hugo Pires apercebeu-se que recalcar erros
é um enorme disparate, que não vale a pena andar contra tudo e contra todos e
que assim sendo é preferível ter a humildade de reconhecer os seus fiascos, e o
não cumprimento das suas promessas em vez de tentar andar a “tapar o sol com a peneira” ou a tentar “arranjar desculpas de mau pagador”.
Claro está que vos falo da Construção da Pousada da Juventude.
Há mais de um ano e meio atrás, apresentei eu próprio aqui
nesta assembleia um documento em que dizia: “A
Capital Europeia da Juventude foi a razão acrescida pela qual a Câmara
Municipal de Braga decidiu avançar com o projecto da Pousada da Juventude, com
o objectivo central de receber e albergar melhor quem durante o ano de 2012
visita a nossa cidade.
Mas esta pousada tem que ser pensada para o futuro e com estratégia e não apenas para um evento. Mas nada em contrario que o partido socialista não nos tenha habituado; é que de facto não pensam a cidade.
A localização é uma aposta que pode sair furada, se pensarmos que existiam alternativas na zona histórica, até mesmo como plano de recuperação arquitectónica e histórica; que como o próprio nome indica se é feita para jovens pensemos o impacto económico acrescido que terá na carteira da juventude com a deslocação interna na cidade, caso fosse no centro a questão da mobilidade estaria resolvida. Lembremos ainda: Quem nos visita não tem transporte próprio para se deslocar entre a pousada e o centro da cidade, questiono o executivo socialista se a CMB pensou a questão da mobilidade e se sim de que forma?
Desenganemos os Bracarenses! Falemos Verdade. O executivo socialista tenha a humildade de dizer que a Pousada da Juventude não estará pronta a tempo do arranque de Braga Capital Europeia da Juventude.
Mas esta pousada tem que ser pensada para o futuro e com estratégia e não apenas para um evento. Mas nada em contrario que o partido socialista não nos tenha habituado; é que de facto não pensam a cidade.
A localização é uma aposta que pode sair furada, se pensarmos que existiam alternativas na zona histórica, até mesmo como plano de recuperação arquitectónica e histórica; que como o próprio nome indica se é feita para jovens pensemos o impacto económico acrescido que terá na carteira da juventude com a deslocação interna na cidade, caso fosse no centro a questão da mobilidade estaria resolvida. Lembremos ainda: Quem nos visita não tem transporte próprio para se deslocar entre a pousada e o centro da cidade, questiono o executivo socialista se a CMB pensou a questão da mobilidade e se sim de que forma?
Desenganemos os Bracarenses! Falemos Verdade. O executivo socialista tenha a humildade de dizer que a Pousada da Juventude não estará pronta a tempo do arranque de Braga Capital Europeia da Juventude.
Um ano e meio depois o vereador Hugo
Pires, nem precisa de reconhecer que a Pousada da Juventude não está pronta
como nós alertamos, nem no início nem no fim da CEJ. Por outro lado a falta de tacto político bem
como de sensibilidade na matéria, na medida em que não percebeu desde de
início, e levou quase dois anos a perceber algo tão básico e que se encontrava
aos olhos de todos, que a actual localização para a pousada era uma perda
enorme para o município de Braga no plano da estratégia e do desenvolvimento
sustentável no nosso território, porque qualquer pessoa que visite a nossa
cidade e no caso particular dos jovens, muito menos, vai-se instalar no casco
urbano por razões óbvias como a da mobilidade bem como pelo próprio comodismo
de estar o mais perto possível de toda a dinâmica cultural, patrimonial,
turística e gastronómica de Braga.
Concluindo, apercebemo-nos que
estamos todos de acordo que a localização da pousada da juventude no Convento
de S. Francisco em Real é impensável do ponto de vista da sua própria
sustentabilidade, e que se deve ser projectada para o centro histórico
bracarense, se por um lado é de louvar este recuo por parte do executivo
socialista por outro é de lamentar que tenha demorado tanto tempo a dar-se
conta do que era óbvio.
Assim sendo a
Assembleia Municipal de Braga, reunida a 07 de Dezembro de 2012, por iniciativa
do grupo municipal do CDS-PP, aprova a seguinte recomendação à Câmara Municipal
de Braga:
1. Desistir da actual localização para a construção da Pousada da Juventude no
Convento de S. Francisco em Real.
2. Que a CMB encontre uma outra alternativa de localização da Pousada da
Juventude no centro histórico de Braga.
Braga, 07 de Dezembro de 2012
P’ Grupo Municipal do CDS-PP
Francisco Mota
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