quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Artigo de Opinião








JÁ HÁ MUITO….


Para todos o Bracarenses cada vez se torna mais difícil viajar de comboio. O respeito pela nossa urbe é sempre deixado ao acaso pela CP.
As dificuldades na mobilidade da capital do Minho, é tema de discussão e uma grande problemática à muitos anos a esta parte. Ora pelos TUB, que são mal organizados não conseguindo satisfazer as necessidades dos Bracarenses, bem como pelos escândalos de gestão que envolvem o actual vice-presidente Vitor Sousa da câmara municipal, ora por um linha ferroviária que em nada satisfaz nem corresponde às necessidades da população de Braga, servindo e fazendo servir apenas os interesses do Porto e da sua área metropolitana.
Já há muito que estamos habituados a esta realidade “dura e crua” por parte das entidades públicas para com Braga e todos os que nela habitam. Agora o que a Juventude popular não esta disposta é deixar passar em claro toda esta situação e repugna desde já esta atitude pacifista e desinteressada. É necessário dizer um basta a esta hipocrisia que envolve a questão da mobilidade entre o Porto e Braga. Não pedimos, exigimos, que alguma coisa seja feita no sentido de criar mais e melhores horários entre as duas cidades, isto porque a JP esta farta de ouvir desculpas de mau pagador. Até há bem pouco tempo a desculpa era o nó da Trofa, agora com este problema resolvido, a desculpa tem outro nome, Ermesinde, afirmando-se que a crise financeira em que estamos mergulhados não permite fazer as alterações logísticas e estruturais necessárias à melhoria dos serviços. O que nos leva a concluir que a crise financeira nas obras públicas apenas existe para o norte porque, se pensarmos bem, a resolução deste problema não é mais cara que uma terceira travessia sobre o Tejo, ou então mais cara que a birra do engenheiro Sócrates o TGV, ou então ainda mais cara do que o novo aeroporto de Lisboa. Não é certamente, a resposta ao problema, é que o problema não é em Lisboa.
Mas já há muito que estamos habituados a ser esquecidos pelo poder político deste país e desta cidade. Agora ao que a Juventude Popular não está habituada é a desistir de afirmar que é necessário mais e melhor mobilidade para Braga. Já no passado propusemos, mas fizeram “ouvidos moucos”, que o título de viagem passasse a ser válido pelo período de
Juventude Popular de Braga
uma hora, mas mesquita machado nada fez. Propusemos a reintrodução do eléctrico e nada foi reintroduzido. Propusemos uma articulação para que o passe dos TUB fosse prolongado também na linha ferroviária até Famalicão, e nada foi articulado.
Mas já há muito que estamos habituados ao esquecimento, ao descrédito, à mentira, à falsidade, mas ao que não estamos habituados e nem admitimos é á falta de respeito por Braga. Precisamente há cerca de um ano a JP e o CDS-PP alertavam a CP e a Câmara Municipal de Braga para uma realidade que colocava Braga no esquecimento da empresa pública de transporte ferroviário.
No ano de 2009 a CP procedeu a uma campanha de incentivo ao uso do comboio junto dos estudantes do ensino superior em todo o país, incluindo universidades e politécnicos.
A divulgação da imagem e da marca CP pareceu ser muito mais importante para este grupo do que a divulgação das linhas universitárias ao ponto de ficar no esquecimento o terceiro maior centro urbano e universitário do pais, a cidade de Braga e a Universidade do Minho. Mesmo que Braga caia no esquecimento muito por culpa da gestão municipal mesquitista, que não soube elevar o nome da cidade e do conselho em tempo devido e que se cingiu ao betão armado como referência para a nossa cidade, ou apenas pelo histórico dinossauro que se encontra há mais de trinta anos à frente dos destinos do nosso conselho, não são razões suficientes para que a CP não se recorde que exista há mais de 2000 mil anos um centro económico e de tradição académica milenar, de origem religiosa, designado Braga; de que esta cidade tem ao seu serviço uma linha ferroviária á mais de 130 anos fundada pelo Rei D. Luís; de que a Universidade do Minho está localizada nesta cidade desde de 1973; de que a linha entre Braga e Porto é o meio de transporte utilizado por mais de 90% dos cerca de 1000 alunos que anualmente usufruem do programa ERASMUS na UM; de que foi construída uma residência Universitária, a quando da reconstrução da Estação de Caminhos de Ferro de Braga, em terreno desta mesma; de que esta linha férrea estabelece a ligação com o conhecimento, o ensino, a cultura e a tradição em que a UP e a UM são pontos estratégicos e de difusão.
Mas já há muito que estamos habituados, e passado um ano e com uma nova campanha nas instituições Académicas, a CP em nada mudou e o executivo camarário nada fez para mudar, e a verdade é que Braga, os Bracarenses e todos os alunos que frequentam o ensino superior na nossa cidade continuam no esquecimento da direcção dos comboios de Portugal. Mal tratados pelas entidades competentes, não podemos deixar passar em claro esta matéria. Braga não é e nem admitimos que seja tratada como sendo uma vinha a norte do Porto.
Mas já há muito que estamos habituados……

Francisco José Peres Filipe Mota
Presidente da Juventude Popular de Braga
Deputado da Assembleia Municipal de Braga pelo CDS-PP

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