terça-feira, 6 de março de 2012

Assembleia Municipal

Declaração Política
Capital Europeia da Juventude 2012

A abertura de Braga como capital europeia da Juventude foi, sem dúvida, um momento de união e de mobilização de Braga e dos Bracarenses. As ruas soavam a movimento e acção, sentia-se um fervilhar de emoções muito fortes. Foi o bater de uma legião que queria sem dúvida engrandecer e elevar Braga no contexto Europeu.
Mas verdade seja dita, que depois disso a CEJ tem-se vindo arrastar no tempo com uma projecção muito fraca, e uma dinâmica de trabalho e empenho sempre “em cima do joelho”.
Contudo (permitam-me ironizar) e dizer que ainda bem que na mão deste executivo socialista a nossa Capital não tem a devida projecção porque se assim fosse, os parceiros europeus iriam certamente atar as mão à cabeça, e não compreenderiam a desorientação em que a cidade bimilenária vive. Pois A Capital Europeia da Juventude deveria ser um evento que devia credibilizar a cidade de Braga no contexto nacional e internacional, mas não é isso que se tem passado.
O vereador Hugo Pires, mais alto responsável pela CEJ 2012, como se tem visto anda completamente desorientado bem como o executivo socialista. Se fizermos um pequeno exercício no tempo e nos acontecimentos rapidamente nos apercebemos que um novo rumo em Braga é urgente.
O atropelo que foi o contexto associativo da CEJ, que demostrou um desconhecimento completo do concelho e da sua realidade; a divulgação de um programa geral com falta de ambição; os quadros técnicos mais parecem uma paga de favores partidários; a demissão do diretor-geral da CEJ com justificações muito pouco convincentes; a não concretização do “Ge-NeRation” bem como da pousada da juventude em 2012 que já não falam ou será que também deixou de ser estratégica?; uma página na internet que chega apenas mais de um mês depois do arranque da CEJ; atividades que se encontram no programa oficial da Capital, como a Braga Romana, em que a final de contas a vereadora Ilda Carneiro vem reivindicar este acontecimento e sua organização ao Pelouro da Culta da CMB.
Ainda assim a organização e o executivo socialista tentaram remediar o irremediável com as declarações do vereador Hugo Pires, dizendo que Braga 2012 precisa de 1,5 milhões de euros do governo, para o sucesso da internacionalização da CEJ através de dois concertos gratuitos. O vereador da Juventude devia no mínimo mais cuidado ao tentar “tapar o sol com a peneira”, ou seja da falta de trabalho e de empenho em fazer uma nova Braga, uma referência para o futuro no contexto nacional e Europeu, atirando para o governo esta responsabilidade. Não saberá o vereador socialista que este processo já há muito que devia se ter iniciado? Não saberá, ainda este, que uma CEJ não são apenas Concertos? Indo ainda mais longe, não terão os organizadores noção da falta de dinamismo em que tornaram este projecto?
A passar ao lado deste evento, mas que em nada menos deixa de descredibilizar a nossa cidade, verificamos que mais de 8 milhões €, foram investidos numa estrutura que em tempos seria estratégica para a prática desportiva em Braga, tornando-se num projecto falhado e que, segundo Vitor Sousa, pode dar lugar a um parque aquático. O disponível candidato a assumir os destinos do município a partir de 2013, ainda tem a audácia, com um intuito eleitoralista, afirmar que nunca foi grande entusiasta da piscina olímpica. Dias depois, o que ainda é Vice-Presidente da câmara, volta a mostra-se contra o seu edil, afirmando que também não se mostrou favorável à construção do Estádio Municipal de Braga. Ainda agravando mais o ambiente hostil, o Engenheiro Mesquita Machado demonstrou uma falta de missão completa para dirigir os destinos de uma autarquia, aquando da sua falta de humanismo e sentido social, afirmando que em Braga "São sem-abrigo porque querem".
No meio desta “salada rosa”, Hugo Pires volta-nos a surpreender, com o pagamento de mais de 45mil euros à comunicação social para fazer a cobertura da Capital europeia da Juventude. Penso que é completamente incompreensível, que em tempos como os que se vive, possamos ver de ânimo leve este esbanjar de dinheiros públicos.
Acredito que este é o momento de as entidades competentes intervirem, e assim terminar com a gestão danosa de que Braga e os Bracarenses têm sido alvo por parte do executivo socialista. Acreditamos seriamente que já é tempo de mais, com asneiras de mais por parte da Câmara Municipal de Braga.
Com autarcas e políticos desta natureza é impossível credibilizar a política, e aproximar os jovens dos órgãos de decisão. Com atitudes completamente desnorteadas, como as que constatamos no PS de Braga, os políticos vão continuar a ser descredibilizados e censurados.
Eu amo demasiado a minha cidade para ver que a ação do partido socialista em nada tem dignificado a história e as gentes de Braga. Faz-me lembrar um provérbio chinês: “Visão sem ação é sonho. Ação sem visão é pesadelo”

2 de Março de 2012
Francisco Mota

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