Decorreu no passado fim-de-semana, nas Caldas da Rainha, o XXIII Congresso do Centro Democrático Social – Partido Popular (CDS-PP). O congresso é a reunião magna do partido, onde estão em discussão as orientações políticas e sociais para os próximos dois anos. Após a eleição em directas do líder do partido, todas as vozes correntes vaticinavam que este era um congresso que não iria fazer história. Seria vazio de ideias e propostas para o partido e para Portugal.Eis que à discussão estavam cinco Propostas de Orientação Politica Económica e Social (POPES):
POPES A - Um Partido com soluções - 1º subscritor: Paulo Portas
POPES B - Marcha dos desalinhados - subscritor: Juventude Popular
POPES C - Afirmar os valores Democrata-Cristãos - subscritor: FTDC
POPES D - Ar novo no CDS - 1º subscritor: Filipe Anacoreta Correia
POPES E - Afirmar a direita por uma nova agenda politica - 1º subscritor: António Carlos Monteiro
POPES F - O caminho certo - subscritor: Manuel Queiró
O número de propostas e os seus primeiros subscritores eram desde logo indício para a qualidade do debate de ideias. Certo de que o crescimento do CDS-PP também se faz pela pluralidade de vozes e “correntes”, este foi um congresso que trouxe ao CDS-PP uma discussão essencial à maior implementação dos valores do Partido. A apresentação por parte dos organismos autónomos do partido, JP e FTDC, de propostas de orientação política, permitiram mostrar a mais-valia destes organismos para a implementação dos ideais do CDS-PP. As demais propostas, entre as quais destaco a do movimento Alternativa e Responsabilidade, vieram trazer para o interior do partido o debate de ideias sobre o futuro do CDS. Foi um contributo importante dos seus subscritores pois, embora discordando abertamente do caminho traçado pelo presidente do partido, não usaram a praça pública para o ataque pessoal, o que poderia de alguma forma atingir a imagem do partido. A apresentação desta POPES, trouxe ao congresso um verdadeiro “AR Novo”, tornando possível em sede de reunião magna, discutir ideias diferentes para o objectivo único que é o crescimento e afirmação do CDS-PP. Após a discussão que se prolongou para lá das 24:00 horas foram a votos a POPES A, POPES D, POPES E tendo sido a mais votada a POPES A.
O concelho de Braga teve neste congresso uma excelente representação, com intervenção de dois congressistas, tendo ambos abordando a questão das pequenas e médias empresas (PME) e a sua debilidade no actual quadro de crise. Focaram também a má política do actual governo no apoio às empresas, deixando de lado muitas PME. Partindo do contexto do concelho de Braga e da sua experiência enquanto pequenos empresários, mostraram como é urgente que os projectos do CDS-PP sejam postos em prática para que, estas que são os garantes da grande maioria dos empregos, sejam efectivamente apoiadas, fazendo-se assim justiça ao tecido empresarial que mais ajuda ao crescimento do País. Foram ainda apresentadas Propostas de Alteração de Estatutos (PAE):
PAE A – 1º subscritor: Paulo Portas
PAE B - subscritor: JP
PAE D - 1º subscritor: Filipe Anacoreta Correia
Neste capítulo existiu uma proposta de entendimento entre a PAE A e a PAE D na sua quase totalidade, havendo apenas divergência no ponto relativo à eleição do presidente do partido. A Juventude Popular apresentou a votos a sua proposta de alteração que previa o fim da eleição directa do presidente, passando esta a ser realizada no decurso do congresso. A proposta de Filipe Anacoreta Correia colocava a eleição do presidente do partido após a realização do congresso. De referir que ambas as propostas foram rejeitadas pela maioria dos delegados ao congresso, mantendo-se o actual esquema de eleição.
No discurso de encerramento, o presidente do partido mostrou a renovação interna do partido com novos rostos e uma abertura ainda maior à sociedade civil e a personalidades independentes. Mas o discurso foi marcado pela apresentação do caminho que o CDS-PP seguirá nos próximos dois anos. Uma verdadeira alternativa para o futuro de Portugal. A apresentação de soluções é o caminho do CDS-PP na oposição. Não se resume a apontar os erros do Partido Socialista na governação do País mas mostrou soluções. Foram lembrados os projectos do Grupo Parlamentar para a resolução de muitas questões essenciais para o País. Apelou ainda aos deputados do PS que, num rasgo de liberdade, votassem pela normalização da vida nas escolas, aprovando o projecto de lei do CDS-PP que prevê a simplificação da Avaliação dos Professores e o início da construção de um novo modelo a aplicar no próximo ano lectivo.
Como balanço posso considerar que este foi um congresso de união e de clarificação do caminho a seguir pelo CDS-PP, nos próximos dois anos, eliminando assim duvidas e medos que existiam por parte de alguns congressista no inicio dos trabalhos. O CDS-PP tem um caminho autónomo e de linhas bem definidas para enfrentar o ano eleitoral em que entramos.As eleições europeias legislativas e autárquicas, serão um desafio à nossa capacidade de apresentar soluções aos portugueses.
Foi um bom congresso para a pluralidade do CDS-PP e para o caminho certo do País.
O congressista Henrique Lobo Borges